O impacto da Fake News no mundo corporativo - Tot Conteúdo Digital
Em tempos de Fake News, Hidden News e Pós-Verdade, as corporações precisam ter cuidado redobrado com a sua comunicação e o que é divulgado em redes sociais.
Fake News
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O impacto da Fake News no mundo corporativo

Quem não se lembra da famosa “rádio-peão” cultivada em diversos ambientes de trabalho porque a empresa decide ocultar informações de seus colaboradores? Atualmente, aquela conversinha de corredor pode se transformar numa bomba, prestes a ser detonada no mercado, causando prejuízos incalculáveis.

É que com a democratização das informações pelas redes sociais, a boataria foi elevada a níveis estratosféricos e ganhou um nome pomposo: Fake News. Há ainda a Hidden News (quando se oculta algum tipo de fato para tirar proveito ou prejudicar algum oponente).

Seja lá qual for a manobra usada, o fato é que o caso da vereadora Marielle Franco (aqui) só trouxe à tona um assunto que existe desde a época dos pasquins italianos no século 16. Naquele tempo, difamar figuras públicas com noticiário falso já era usado como estratégia de comunicação.

Fake news como arma de guerra!

As fake news foram uma arma até em guerras mundiais, como forma de confundir os inimigos. Mas com as redes sociais, houve uma maximização do fenômeno, porque o alcance ficou incontrolável, principalmente pelo Whatsapp – que dificulta a identificação da origem.

E no Brasil, em ano eleitoral, o sinal de alerta precisa estar ligado 24 horas. Mas embora as fake news tenham conquistado popularidade por conta do universo da política – a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos foi o começo das discussões – todos nós, inclusive as empresas e as marcas, devemos fazer parte da conversa.

Uma prova do potencial danoso foi o caso do “rato na garrafa de Coca-Cola”. Em 2014, o Tribunal de Justiça de São Paulo colocou ponto final em uma ação movida em 2003 por Wilson Rezende. Segundo a Corte, esse rato “nunca existiu”. Mas a dor de cabeça foi grande para a empresa, que precisou se manifestar publicamente e levar peritos para checarem seus processos de embalagem do produto.

Coisas desse tipo revelam que as fake news viraram uma estratégia de comunicação, sem ética, mas efetiva. Assim, uma grande preocupação para o futuro é segurança de marca. (aqui) Uma marca leva décadas para construir sua reputação e agora alguém pode destruí-la em segundos, de diferentes formas, desde a contribuição involuntária de um funcionário que faz um comentário nas redes e acaba extrapolado até a pura e simples invenção de uma notícia falsa com aspectos profissionais.

Manipulação da opinião pública

Ciente de que as fake news são um risco para o indivíduo, para grupos, governos e empresas, algumas grandes corporações já estão revisando suas políticas de investimento, pressionando as redes sociais a tomarem medidas contra a disseminação de notícias falsas e a divulgação de conteúdo impróprio ou que incentive o ódio.

É que na era da pós-verdade fica muito mais difícil construir marcas e estabelecer relações de confiança entre consumidores e produtos num ambiente de baixa credibilidade. Nos Estados Unidos, apenas 35% das pessoas declararam confiar nas notícias que leem nas redes sociais (em jornais/revistas este índice sobe a quase 70%).

Por isso, as redes sociais são muito mais rápidas em alcançar as pessoas, e muito mais lentas em conquistar o coração e mentes dessas mesmas pessoas. Ou seja, o modelo de negócio pode mudar, mas uma coisa continua sendo fundamental nessa relação: a credibilidade.

O perigo das fake news para as empresas é que elas estão, pela primeira vez, enfrentando um monstro que não está relacionado com a verdade e surge do nada.

Daí a necessidade cada vez maior de se comunicar de forma ética e transparente. Com planos de comunicação estratégicos e adaptáveis. E construir reputação sólida e cada vez mais próxima dos internautas nas redes sócias. Não é um investimento em vão.